"Estou sempre cercado de pensamentos; e escrevo, escrevo como quem congela seus próprios orgasmos."

sábado, 15 de janeiro de 2011

Silenciosamente

Amei...
Amei em silêncio, chorei sem lágrimas... gritei em segredo.
O fato de que nunca sentistes o amor imaculado, incomum, verdadeiro, é
o que explica a ausência do entendimento de cada um de meus movimentos.

Viva!... Ame!... Sofra!... Chore!... Grite!... e, por fim, cale-se.
No calar, reflita; na reflexão, descubra; na descoberta, desacredite.
Desacredite no fútil, no "grande", no superficial... Desacredite no comum, no banal.
Veja o quão frívolo o "grande" é. E quão desmedidamente imenso o "pequeno" pode ser.
Mas faça isso com sabedoria, e mais que tudo, faça com sen-si-bi-li-da-de,
Sabendo distinguir "pequeno" de "grande", em suas mais puras e originais essências.
Nunca arrisque fazer isto de forma tola, leiga, fugaz.

Não apenas viva a vida, deixe-a viver em você. Não como uma vida sobreposta à outra.
Mas como uma casa, uma casa hospitaleira, cujas portas estão eternamente abertas.
Não chute o afeto, ele é a semente.
Semente da qual nascem todos os outros sentimentos, fertilize-o.
Ame a poesia, chore com os romances, divirta-se com a comédia.
Fora disto, apenas respire.

Terminando este ciclo de verdadeira evolução, venha até mim.
Olhe em meus olhos, grite em silêncio. Diga-me tudo, mostre-me tudo.
Faça isto com os olhos e entenderei teu renascimento.

Após isto, suavemente encostarei meus lábios nos teus.
Deixe-me, a partir deste momento, falar-te.
Acariciarei cada parte possível de teu corpo.
Farei, de forma deslumbrante, que sinta todo o meu.
Com a nudez, te mostrarei a mais pura forma de amor,
Amor, cujos tolos chamam, e agem, como pecado.
A atração de nossos corpos irá muito além de uma simples excitação.
Estaremos morando num paraíso nupcial, a magia de cada movimento será eternizada em nossas sensíveis mentes.
O calor virá como prova, prova de tesão.
Tesão recíproco e, inegavelmente, verdadeiro... puro.
Chegaremos ao auge, mais completo e intenso, do entendimento da palavra amor.

E, no silêncio de teu suspiro ofegante, sentirei a mais pura verdade,
uma verdade cujo sentido nunca fora revelado, pois, até então, nunca existira.

2 comentários:

Wellington Duarte disse...

Lindo texto! Muito lindo texto!

Fernanda disse...

Lindo texto!!